sábado, 31 de janeiro de 2009

Gorilas em extinção

Extraido de BBC online

Parque e ONG WildLife Direct divulgaram fotos das filhotes de gorilas, as gêmeas Ndeze e Ndakasi, brincando com os guardas florestais do Centro de Resgate da ONG.


ONG afirma que existem apenas 600 gorilas da montanha no mundo atualmente. Cerca de 200 deles vivem no Parque Nacional de Virunga.









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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Guarani

Il guarany
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Il Guarany)
Il guarany
Nome em português O Guarani
Idioma original Italiano
Compositor Antonio Carlos Gomes
Libretista Antônio Scalvini
Tipo do enredo Épico
Número de atos 4
Número de cenas 4
Ano de estréia 1870
Local de estréia Teatro alla Scala, Milão, Itália.

Il guarany (em português, O Guarani) é uma das óperas do compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. É uma ópera em quatro atos, em italiano como o libreto de Antônio Scalvini e estreou no Teatro Scala de Milão, na Itália, em 19 de março de 1870, fazendo um grandioso sucesso. A ópera Il guarany tem como maior destaque a sua abertura. Esta é até hoje muito interpretada, além de muito conhecida por ser o tema do programa a Voz do Brasil.

Tirando um trecho famoso, que aqui não está, por tocar num programa de radio do governo escute outro trecho e veja como é bonita a ópera O Guarani.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Que livro você estálendo?

Nessa semana eu estou lendo um livro chamado "Precisamos falar sobre o Kevin" de Lionel Shriver, da editora Intrínseca, RJ. A mãe de Kevin faz um relato, por meio de cartas, sobre o filho, autor de uma chacina numa escola de suburbio em NY. E você? O que está lendo?

Livros-Boticelli

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Quem tem medo de Vírginia Woolf?"



Virginia Woolf
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Virginia Woolf

Virginia Woolf (Londres, 25 de Janeiro de 1882 — Lewes, 28 de Março de 1941) foi uma das mais importantes escritoras britânicas. Estreou na literatura em 1915 com um romance (The Voyage Out) e posteriormente teria realizado uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.

Virginia Woolf era filha do editor Leslie Stephen, o qual deu-lhe uma educação esmerada, de forma que a jovem teria freqüentado desde cedo o mundo literário.

Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Virginia Woolf apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf, e para a irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida, e se mata de forma triunfante.

Virginia Woolf foi integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.

A obra de Virginia é classificada como modernista. O fluxo de consciência foi uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras.


Comentando

A primeira vez em que ouvi falar na autora foi com o filme que foi feito com esse nome "Quem tem medo de Vírginia Woolf?" quando eu era adolescente. Claro que, hoje, após a faculdade e muito mais, já conheço um pouco da sua obra, que, aliás, não é tão extensa. Há pouco tempo, um livro dela foi usado como o fio condutor do filme "As horas", filme que indico a todos.Virgínia era atormentada por uma doença, que , imagino,para a qual, naquela época, nem havia diagnóstico. Mas sua obra é deliciosa e sensível.Dedicou toda sua vida à literatura.

Leia um pequeno trecho de sua obra "Rumo ao Farol"

1

_ É claro que amanhã fará um dia bonito-disse a Sra. Ramsay, - Mas vocês terão de madrugar - acrescentou.
Essas palavras trouxeram uma extraordinaria alegria a seu filho, como se a excursão já estivesse definitivamente marcada. Após a a escuridão de uma noite e a travessia de um dia, o desejo - por tantos anos aspirado - era agora tangível.


Obras

* A viagem (The Voyage Out) (1915)
* Noite e dia (Night and Day) (1919)
* O quarto de Jacó (Jacob's Room) (1922)
* Mrs. Dalloway (1925)
* Rumo ao farol (To the Lighthouse) (1927)
* Orlando - Uma biografia (Orlando: A Biography) (1928)
* As ondas (The Waves) (1931)
* Flush (Flush: A Biography) (1933)
* Os anos (The Years) (1937)
* Entre os atos (Between the Acts) (1941)
* Contos Completos (1917-1941)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Coisas de loira (nada pessoal)

A GARRAFA TÉRMICA
Uma loira entra numa loja e vê uma coisa brilhante.
- O que é isso? - pergunta ela.
- Uma garrafa térmica - responde o vendedor.
- E o que ela faz? - pergunta ela.
O vendedor explica:
- Ela mantém frias as coisas frias e quentes as coisas quentes.
A loira compra a garrafa térmica.
No dia seguinte, ela a leva para o trabalho.
Seu chefe, estranhando esse objeto brilhante, pergunta o que é.
- Uma garrafa térmica - responde ela.
- E o que faz? - pergunta o chefe.
- Mantém quente as coisas quentes e fria as coisas frias - responde a loira.
O chefe pergunta:
- E o que tem dentro?
A loira, satisfeita, diz:
- Duas xícaras de café e um suco gelado.


A EXTRAÇÃO DO RIM
A loira passeava pelo shopping quando, de repente, encontra uma velha conhecida:
- Nossa, maravilhosa! Como você emagreceu!
- Pois é... Perdi quinze quilos! Eu tive de extrair um rim!
- Credo! Eu não sabia que um rim pesava tanto...


A BALANÇA
A loira entra na farmácia segurando um bebê e pergunta ao balconista
se pode usar a balança de bebê, de graça.
- Lamento, minha senhora, nossa balança que pesa bebês está no
conserto. Mas, podemos calcular o peso do bebê, se pesarmos a mãe e o
bebê juntos, na balança de adulto. Em seguida, pesamos a mãe sozinha e
subtraímos o segundo valor do primeiro!
- Ah! Isso não vai dar certo - diz a loura.
- Por que não?
- Porque eu não sou a mãe, sou a tia!!!


ESCUTANDO VOZES
O psiquiatra pergunta para a loira:
- Costuma escutar vozes, sem saber quem está falando ou de onde vêm?
- Sim...Costumo!
- E quando isso acontece?
- Quando atendo ao telefone!



DO OUTRO LADO
A loira está no bar. Ela chama o garçom e, quando este se aproxima,
ela se levanta e fala baixinho no ouvido dele:
- Onde é o banheiro?
O garçom responde:
- Do outro lado.
A loira se aproxima do outro ouvido do garçom e pergunta:
- Onde é o banheiro?


A MORTE DA MÃE
A loira chega ao trabalho em lágrimas. O chefe, sempre solícito com a
loira, pergunta o que aconteceu...
- Hoje de manhã, antes de sair para trabalho, recebi um telefonema
dizendo que minha mãe morreu!
O chefe propõe imediatamente:
- Priscila, volte já para casa. Vá descansar.
- Não quero - responde a loira - prefiro ficar trabalhando, vai me distrair.
Algumas horas depois, o chefe nota que a loira voltou a chorar, mais
sofrido ainda.
Ele vai até ela e pergunta:
- Não melhorou?
A loira explica:
- A bruxa tá solta! Acabei de receber um telefonema de minha irmã. A
mãe dela também morreu...


EVA ERA LOURA
Descobriram que Eva era loura.
É que ela, numa bela tarde no paraíso, chegou por trás de Adão,
tapou-lhe os olhos e perguntou:
-Adivinha quem é?


CONTRA-MÃO
A polícia diz para uma loira:
- Dirigindo na contramão! A senhora não está vendo para onde está indo?
- Não. - diz a loira. - Mas deve ser muito ruim lá, está todo mundo voltando..




Circulando na internet.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mensagens de uma escola aos pais




Esta é a mensagem que os professores de uma escola da Califórnia
decidiram gravar na secretária eletrônica da escola. A escola exige
dos alunos e dos pais responsabilidade pelas faltas dos estudantes e
pelos trabalhos de casa. A escola e os professores estão sendo
processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados mesmo
com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares.
.
AQUI VAI A MENSAGEM GRAVADA:
"Olá! Para podermos ajudá-lo, por favor ouça todas as opções:
- Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecla 1
- Para dar uma desculpa para seu filho não ter feito o trabalho de
casa - tecla 2
- Para se queixar sobre o que nós fazemos - tecla 3
- Para insultar os professores - tecla 4
- Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim
do seu filho - tecla 5
- Se quiser que criemos o seu filho - tecla 6
- Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - tecla 7
- Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano - tecla 8
- Para se queixar do transporte escolar - tecla 9
- Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecla 0
- Se você já compreendeu que este é um mundo real, que seu filho deve
ser responsabilizado pelo próprio comportamento e que a culpa da falta
de esforço do seu filho não é culpa dos professores, desligue o
telefone e tenha um bom dia! "
(circulando na internet)

Dia Nacional da Leitura





A partir desse ano, 12 de outubro vai representar mais uma data especial:
o 'Dia Nacional da Leitura',
como consta no calendário oficial de celebrações relacionadas à Cultura.
A decisão foi publicada na última sexta-feira, 9 de janeiro, após a assinatura da Lei nº 11.899 - que também institui a Semana Nacional da Leitura e da Literatura -
Com a iniciativa, o Governo Federal pretende ressaltar a importância do hábito da leitura no país, fundamental no processo de formação do indivíduo e de inclusão sociocultural.
Objetiva, ainda, destacar a criação literária e o papel da leitura, em especial entre os mais jovens, pois a data também é consagrada como o Dia da Criança.ACultura brasileira já contava com outras datas para celebrar o segmento do Livro,
Leitura e Literatura - Dia do Bibliotecário, 12 de março;
Dia Nacional do Livro Infantil, 18 de abril;
Dia Nacional do Escritor, 25 de julho; e
Dia Nacional do Livro, 29 de outubro; dentre as oficiais.*Fonte:Ministério da Cultura
http://www.aletria.com.br/
(texto publicado em Blogseducativos)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Teatro


Shakespeare: Romeu e Julieta

Durante a era medieval havia forte oposição da Igreja contra as manifestações teatrais, porém, no final da Idade Média, o teatro ressurge como forma popular exatamente na Igreja no século X. O motivo era que as dramatizações facilitavam a compreensão das mensagens bíblicas em latim e motivavam o povo para as cerimônias religiosas.
As atividades teatrais eram produzidas dentro das igrejas e mosteiros e apresentavam interlúdios dramáticos, eventos do novo e velho testamento que faziam grande sucesso. Assim, foi grande a contribuição da igreja para a formação do gosto teatral e de uma platéia emergente. Porém, por vários motivos, a partir do século XIII, houve a remoção do teatro para o exterior das igrejas. A apresentação das peças passou a ser na frente da porta da igreja, a plataforma tornou-se o palco e a praça recebia a audiência.
Mais tarde, no século XV, a encenação de peças teatrais na Inglaterra era feita em carroças, que eram palco, casa e meio de transporte para as trupes de atores vagantes.
O teatro de Shakespeare surgiu após o primeiro renascimento das formas clássicas e no contexto acima descrito. Era um teatro experimental, com uma mistura de diversas formas e estilos. Houve a profissionalização do do ator, pois antes os atores eram padres e monges, depois os membros das guildas e, por fim, atores. Também, foram construídos os primeiros teatros.
Shakespeare, na tragédia de Romeu e Julieta, pretendia denunciar a guerra civil, que era muito freqüente na época em que viveu. Em Romeu e Julieta há a reafirmação da ordem moral do universo ( elemento fixo das peças) na forma da ordem social. Nessa época, ainda eram poucos os alfabetizados e os textos teatrais apelavam , para a escrita em versos e rimas para que fossem melhor entendidas pelas pessoas.
A rainha Elizabeth I da Inglaterra estimulou e ajudou Shakespeare em sua trajetória como produtor teatral.

Joyce Sanchotene

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

sábado, 3 de janeiro de 2009

Protestos no mundo


Protestos

Dezenas de milhares de pessoas participaram de protestos no mundo todo contra a ação militar israelense na Faixa de Gaza, pedindo um imediato cessar-fogo.


Protesto em Londres
Manifestantes de Londres afirmaram que este 'é apenas o começo'
A maior manifestação ocorreu em Paris, onde mais de 20 mil pessoas se reuniram.

Em Londres cerca de 10 mil pessoas participaram do protesto e centenas de sapatos foram arremessados na entrada da residência do primeiro-ministro Gordon Brown, Downing Street.

Também ocorreram protestos em Bruxelas, Haia, Amsterdã e Chipre.

Em Israel dezenas de milhares de árabes israelenses fizeram um protesto contra a ofensiva israelense na cidade de Sakhnin.

tributo `a amizade

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Natal do Bush

Indicação de texto



Veja texto sobre o assunto em:
http;//caderno.josesaramago.org

Israel
Dezembro 31, 2008 by José Saramago
Não é do melhor augúrio que o futuro presidente dos Estados Unidos venha repetindo uma e outra vez, sem lhe tremer a voz, que manterá com Israel a “relação especial” que liga os dois países, em particular o apoio incondicional que a Casa Branca tem dispensado à política repressiva (repressiva é dizer pouco) com que os governantes (e porque não também os governados?) israelitas não têm feito outra coisa senão martirizar por todos os modos e meios o povo palestino. Se a Barack Obama não lhe repugna tomar o seu chá com verdugos e criminosos de guerra, bom proveito lhe faça, mas não conte com a aprovação da gente honesta. Outros presidentes colegas seus o fizeram antes sem precisarem de outra justificação que a tal “relação especial” com a qual se deu cobertura a quantas ignomínias foram tramadas pelos dois países contra os direitos nacionais dos palestinos.

Ao longo da campanha eleitoral Barack Obama, fosse por vivência pessoal ou por estratégia política, soube dar de si mesmo a imagem de um pai estremoso. Isso me leva a sugerir-lhe que conte esta noite uma história às suas filhas antes de adormecerem, a história de um barco que transportava quatro toneladas de medicamentos para acudir à terrível situação sanitária da população de Gaza e que esse barco, Dignidade era o seu nome, foi destruído por um ataque de forças navais israelitas sob o pretexto de que não tinha autorização para atracar nas suas costas (julgava eu, afinal ignorante, que as costas de Gaza eram palestinas…) E não se surpreenda se uma das suas filhas, ou as duas em coro, lhe disserem: “Não te canses, papá, já sabemos o que é uma relação especial, chama-se cumplicidade no crime”.

Observação: Texto extraído de http://caderno.josesaramago.org

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dica de livro


Setembro 1999 Edição 25.728 Sábado, 11/09/1999 Tiragem 458,037 CADERNO ESPECIAL - JORNAL DE RESENHAS

Órfão de pátria

11/09/1999

Autor: ISABEL LUSTOSA . . 6306isabEditoria: CADERNO ESPECIAL Página: Especial-6 9/3733Edição: Nacional Tamanho: 6494 caracteres Sep 11, 1999Observações: JORNAL DE RESENHAS; COM SUB-RETRANCA; PÉ BIOGRÁFICOAssuntos Principais: AS BARBAS DO IMPERADOR /LIVRO/; LILIA MORITZ SCHWARCZ

Órfão de pátria ISABEL LUSTOSA Assim como se disse de Truman que fora a primeira criança adotada por uma empresa, de D. Pedro 2º pode-se dizer que foi a primeira criança adotada por um país. Possivelmente a cena mais traumática de sua infância deve ter sido a da manhã de 7 de abril de 1831, em que acordara imperador do Brasil, sem pai, mãe e madrasta. Naquele dia, D. Pedro 1º abdicou em nome de seu pequeno filho. O menino, muito afeiçoado ao pai, já não o encontrou ao acordar. Foi vestido e levado, em prantos, de São Cristóvão ao Paço Imperial, para ser aclamado imperador. Talvez tenha lembrado dessa cena quando, a 17 de novembro de 1889, pisou pela última vez terra brasileira, expulso pelo país que o educara. Dois abandonos, duas orfandades: neste interregno cresceu o homem e cresceu a nação, numa simbiose que parecia impossível de ser desfeita.Lilia Schwarcz recupera em seu livro a trajetória de D. Pedro e das várias imagens que se veicularam de sua "persona": de órfão da nação a imperador tropical e mecenas do movimento romântico; de senhor da guerra a rei-cidadão; de soberano viajante, amigo e divulgador das ciências e das belas-letras, a mártir da pátria, morto no exílio. Aparentemente D. Pedro ia se deixando moldar, apático e dissimulado, mesmo quando a questão foi a do casamento. No entanto, mais de um contemporâneo registra sua decepção diante da imperatriz que viera de encomenda da Europa e que em nada se assemelhava aos retratos que a antecederam. D. Teresa Cristina era feia, baixa, gorda e mancava de uma perna. Sob o impacto do primeiro encontro, o jovem monarca desolado chorou nos braços de sua aia, a condessa de Belmonte, mas acabou por se submeter ao que ela lhe recomendou: "Cumpra seu dever, meu filho".O imperador tropical Após o casamento, o príncipe começa a intervir na vida cultural do país. Filho do ambiente beletrista e bacharelesco do tempo, produto de uma esmerada educação que privilegiava os aspectos mais ornamentais do conhecimento, como era típico no Brasil do século 19, D. Pedro logo encontraria sua turma no Instituto Histórico e Geográfico e na Academia de Belas-Artes.Durante as décadas de 40 e 50, no período que antecedeu a Guerra do Paraguai, foi o centro de uma incipiente vida cultural e científica. Além de dedicar-se aos estudos de astronomia, engenharia, medicina, hebraico e à tradução de textos clássicos, comandava um salão literário no Palácio de São Cristóvão, dirigia as sessões do Instituto Histórico, ia à ópera, acompanhava exames do Colégio Pedro 2º e inaugurava as exposições anuais da Academia de Belas-Artes.São dessa fase as representações pictóricas do imperador tropical, sempre cercado de palmeiras, abacaxis, cajus e outros que tais. Por meio da mistura de elementos nativos e estrangeiros, caracterizavam-se simultaneamente o monarca e a nação: um Habsburgo, alto, louro, de olhos azuis, envolto num manto de penas de galo da serra, em meio à natureza exuberante. Este imperador e este império americano pediam um símbolo. A imagem escolhida, o índio, deixava na sombra tanto o negro, por demais associado à vergonhosa escravidão, quanto o branco, seu feitor. Encarnação americana do "bom selvagem", o índio era o representante mais digno e legítimo para o jovem país. Do contato entre essas duas imagens, diz Lilia, saíram alterados tanto o imperador quanto o índio: os indígenas nunca foram tão brancos, o monarca jamais foi tão tropical.Nessa fase do mecenato imperial, o indígena se torna tema privilegiado na literatura e nas artes. Entre os "patriotas caboclos", como os apelidaria Varnhagen, avesso à elevação do índio àquelas alturas, logo se daria um racha. Tudo começou com a polêmica iniciada em 1856 em torno do poema de Gonçalves Magalhães: "A Confederação dos Tamoios". Magalhães fazia parte daquela plêiade de artistas e intelectuais que, liderados pelo jovem imperador, pretendiam estabelecer as matrizes de nossa identidade cultural. Seu poema deveria ser um dos pilares daquele projeto. Mas o jovem e ambicioso filho do padre Alencar, o então quase desconhecido José de Alencar, publicou violenta crítica ao poema de Magalhães. Alencar pagaria caro por sua oposição à liderança intelectual do príncipe. Excluído do ministério, só lhe restaria vociferar pela imprensa contra as veleidades literárias do monarca.A segunda encarnação de D. Pedro seria a de "senhor da guerra". Ou por total aversão aos caudilhos latino-americanos, ou para se vingar de ter sido chamado nos jornais paraguaios de "El gran macacon, rey de los macaquitos", o fato é que D.Pedro prolongou a Guerra do Paraguai além do que até mesmo Caxias considerara necessário. Apenas para garantir que não sobrasse nem sombra de Solano López.Ao senhor da guerra sucederá o monarca cidadão, e o império tropical, apesar da escravidão, dar-se-á ares de democracia coroada. De cartola e casaca o rei viaja pelo mundo, renuncia ao título de soberano porque a soberania era do povo, abole o beija-mão e rejeita títulos e estátuas. O país acompanha o rei e procura mostrar sua melhor imagem nas grandes exposições universais. Desde a primeira, em 1862, o esforço das elites e do imperador será no sentido de veicular uma imagem diversa deste país distante, agrícola, monárquico e escravocrata, mas que queria se ver representado como uma nação moderna e cosmopolita. Seu rei é um pioneiro, aberto às novas tecnologias, um dos primeiros a incorporar e popularizar a fotografia e o telefone.Ao final de seu reinado, D. Pedro 2º parecia farto do cargo e da farsa. Farto de carregar o personagem, como confidenciaria à condessa de Barral. O imperador, que aos 12 anos parecia um homem de 40, era, aos 64, quando foi deposto, um velho cansado e doente. Sua incredulidade diante dos acontecimentos que resultaram na República parecia fruto de seu gradativo alheamento dos negócios públicos. Lilia acentua a representação do exílio e da morte do imperador como fecho ideal, quase necessário para a consolidação definitiva do mito. Da mesma maneira que o suicídio o foi para Vargas.A rica e detalhada iconografia funciona aqui como fonte e objeto, na medida em que a autora constrói seu argumento aliando a análise das imagens à dos fatos e da versão dos fatos. Lilia estabelece um proveitoso diálogo com as imagens, e estas, com o que têm de problemático, intencional, duvidoso, acabam sendo tão reveladoras no que pretendem esconder quanto no que querem mostrar.Isabel Lustosa é pesquisadora da Casa de Ruy Barbosa (RJ).

Direitos doa animais

Hamster